O Ministério Público está a investigar uma alegada simulação de suspensões e cessações de contratos de trabalho que permitiu o suposto recebimento indevido de subsídios de desemprego, envolvendo os Bombeiros de Mourão, no distrito de Évora.
Em comunicado publicado no site da Procuradoria Geral Regional de Évora, consultado hoje pela agência Lusa, o Ministério Público indicou que o inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Évora.
No âmbito deste inquérito, foram realizadas, na segunda-feira, “oito buscas domiciliárias e uma busca não domiciliária, esta última numa corporação de bombeiros na área do município de Mourão”, pode ler-se.
Os Bombeiros Voluntários de Mourão são a única corporação na área deste município alentejano.
“Investigam-se factos suscetíveis de constituir a prática de crimes de burla tributária (à Segurança Social), indiciando-se que, durante um período alargado de tempo, os suspeitos simularam suspensões e cessações de contratos de trabalho”, disse o Ministério Público. Esta alegada prática, continuou, “permitiu o recebimento, de forma indevida, de subsídios de desemprego pagos pela Segurança Social”.
Segundo o Ministério Público, as buscas, que contaram com o apoio da GNR, “permitiram a recolha de prova documental e digital importante para o apuramento dos factos”.
“A busca não domiciliária foi presidida por um magistrado do Ministério Público e contou, ainda, com a presença de uma técnica superior do Instituto da Segurança Social”, acrescentou. A investigação prossegue sob a direção do Ministério Público da 1.ª Secção do DIAP Regional de Évora.
Contactado pela Lusa, o comandante dos Bombeiros de Mourão, Fábio Quintas, remeteu para a direção da associação humanitária eventuais esclarecimentos sobre esta matéria. A Lusa também tentou ligar para o telefone fixo da corporação alentejana, que não deu sinal de chamada.