O Hamas aceitou negociar a libertação de reféns israelitas e de prisioneiros palestinianos na ausência de um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza.

“O Hamas exigiu que Israel aceitasse um cessar-fogo total e permanente como condição para negociar”, revelou um alto responsável do movimento, citado pela agência France-Presse, acrescentando que “este ponto foi ultrapassado, uma vez que os mediadores se comprometeram a que, enquanto as negociações estiverem em curso, o cessar-fogo continua em vigor”.

Aquele responsável adiantou, segundo a AFP, que o Hamas “retirou a condição que tinha colocado para um cessar-fogo permanente e aceitou iniciar negociações”, numa altura em que estão a ser relançados os esforços de mediação para chegar a um cessar-fogo.

O responsável, que a France-Presse não identifica, afirmou que o Hamas informou os mediadores que pretendia que fossem implementadas três fases: em primeiro lugar, a entrada em Gaza de 400 camiões de ajuda por dia; depois a retirada do exército israelita do “corredor de Filadélfia e da passagem de Rafah”, situados entre o sul de Gaza e o Egito; seguida de uma “fase final” que consistiria na retirada total do território palestiniano.

“A bola está no campo dos israelitas. Se eles quiserem chegar a um acordo, então é muito provável que isso aconteça”, disse a mesma fonte, estimando que as conversações poderão demorar “duas a três semanas, (…) se Israel não bloquear as negociações como antes”.

Na quarta-feira, o Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007, apresentou novas “ideias” para acabar com a guerra. Assim, os enviados israelitas regressarão a Doha, capital do Catar, nos próximos dias para conversações com os mediadores deste país, segundo o gabinete de Benjamin Netanyahu, que sublinha a persistência de “diferenças” com o Hamas.