O novo executivo – que não inclui Geert Wilders nem qualquer dos líderes dos outros três partidos da coligação — vai passar os próximos dois meses a definir o programa de Governo, depois de tomar posse na terça-feira.
Este novo Governo põe fim a 14 anos de legislaturas do liberal Mark Rutte que assume em outubro o cargo de secretário-geral da Aliança Atlântica (NATO).
De acordo com o documento hoje apresentado no parlamento pelo mediador das negociações políticas, Richard van Zwol, o programa do futuro Governo “será apresentado a tempo do dia do orçamento”, cuja discussão está prevista para 17 de setembro.
Segundo Richar van Zwol, o programa governamental será “dedicado à qualidade legislativa e à exequibilidade das propostas políticas e legislativas” que o pacto entre os partidos signatários define.
O documento esta segunda-feira apresentado, que não fornece muitas informações sobre a forma como o pacto governamental será aplicado, sublinha que os cortes previstos nos funcionários públicos serão feitos de “forma responsável e exequível” e que “será dada especial atenção à importância de uma função de supervisão adequada (inspeções) e de uma rede adequada de missões no estrangeiro”.
Na manhã desta segunda-feira, a nova equipa de ministros indigitados reuniu-se formalmente, pela primeira vez, numa reunião dirigida por Schoof e Van Zwol.
A deputada de extrema-direita Fleur Agema (PVV) disse estar “muito orgulhosa” por ter sido escolhida para os cargos de vice-primeira-ministra e de ministra da Saúde Pública do executivo “mais à direita” da história dos Países Baixos, assegurando que o Governo “vai ter um ‘coração caloroso’ para com as questões sociais”.
Marjolein Faber, também do PVV e futura titular do Ministério das Migrações e Asilo, referiu-se a “um dia histórico para os Países Baixos”, sublinhando que “não quer olhar para trás” e apenas “encara o futuro” quando foi questionada sobre a “teoria da substituição étnica”, um argumento da extrema-direita que acusa os imigrantes de estarem “a repovoar o Ocidente”.
Faber e a deputada de extrema-direita Reinette Klever, que vai ser ministra do Comércio Externo, Cooperação e Desenvolvimento, foram muito criticadas por afirmações racistas e por usarem termos conectados com o nacional-socialismo alemão (nazismo).
“Não vou dizer mais nada sobre esse assunto”, disse Reinette Klever.
Nas audições parlamentares das últimas semanas, Faber distanciou-se da expressão “substituição étnica” e Klever descreveu-a como “uma descrição factual de um desenvolvimento demográfico”.