O Conselho Municipal de Maputo atribuiu esta quinta-feira, 20 de junho, a chave da cidade ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, em cerimónia boicotada pela oposição moçambicana, que considera que o chefe de Estado guineense “não é um bom exemplo”.
Umaro Sissoco Embaló cumpre nesta quinta-feira o segundo dia de visita de Estado a Moçambique, a primeira de um Presidente guineense, prevendo um encontro de cortesia na Assembleia da República, em Maputo.
Durante o banquete de Estado realizado na noite de quarta-feira, Umaro Sissoco Embaló convidou o seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, a visitar a Guiné-Bissau.
A Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau foi reaberta em 22 de março, com restrições aos deputados, que estavam impedidos de entrar nas instalações deste órgão de soberania, desde que foi dissolvida pelo Presidente da República, mais de três meses antes. A decisão de reabertura foi anunciada pelo Governo de iniciativa presidencial e executada pelo comissário nacional da Polícia de Ordem Pública (POP), Salvador Soares, que esteve no parlamento a transmitir as diretrizes ao secretário-geral da Assembleia.
As diretrizes, como explicou o comissário da POP aos jornalistas, são que o parlamento “vai estar aberto para os funcionários poderem entrar e trabalhar normal”, assim como as comissões permanente e especializadas.
Questionado sobre se os eleitos também poderão entrar, o comissário respondeu que “os deputados é outra coisa”.
O parlamento foi fechado a 4 de dezembro de 2023, data em que o Presidente da República decidiu dissolver a Assembleia da maioria Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guine e Cabo Verde (PAIGC), substituindo também o executivo por um Governo de iniciativa presidencial.
Umaro Sissoco Embaló lembrou, como justificação para a dissolução da Assembleia, uma tentativa de golpe de Estado que estaria a ser preparada no país, “em conivência com o parlamento”