Os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR na sigla inglesa) tornaram-se na terceira maior força no Parlamento Europeu, ultrapassando os liberais do Renovar Europa. Segundo o Politico, o anúncio foi feito por Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, que revelou que a família política a que pertence passou a contar com mais 11 novos eurodeputados, passando a contar com 83 membros.
Com a entrada destes 11 novos eurodeputados, o ECR ultrapassa o Renovar Europa, a que pertence o partido de Emmanuel Macron, que conta com 80 membros eleitos. No entanto, os liberais estão em negociações com os cinco eurodeputados do Volt e poderá haver novidades durante o dia de hoje.
Composto essencialmente por partidos eurocépticos de direita, o ECR descreve-se como uma “força construtiva de centro-direita” e conta com partidos que vão da direita democrática à extrema-direita, como é o caso do Vox, em Espanha, ou Marion Maréchal e os eurodeputados que abandonaram o Reconquista, partido francês de Éric Zemmour.
As alterações na configuração do Parlamento Europeu arrastam-se há já alguns meses, nomeadamente com a saída do Fidesz do PPE (grupo dos sociais-democratas a que pertencem o PSD e o CDS) e a expulsão do AfD (partido de extrema-direita alemão) do ID.
Estas movimentações intensificaram-se com os resultados das Eleições Europeias de 9 de junho e podem influenciar a distribuição dos cargos de topo da União Europeia – Comissão Europeia, Parlamento Europeu, Conselho Europeu e alto representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança – e surgem numa altura em que França se prepara para ir a eleições legislativas antecipadas.
Sandro Gozi, um dos principais eurodeputados do Renew, minimizou a perspetiva de que o eclipse do ECR possa alterar fundamentalmente o equilíbrio de poder na UE.
“Penso que a vontade de criar uma nova maioria pró-europeia entre o Partido Popular Europeu, os sociais-democratas e o Renew é muito clara”, afirmou Sandro Gozi, eurodeputado do Renovar Europa, citado pelo Politico.