Em declarações à imprensa após um encontro com a presidente da Confederação Suíça, Viola Amhed, na qual a conferência foi um dos assuntos abordados, tanto Montenegro como Marcelo desvalorizaram o pouco sucesso que se prognostica para a cimeira — que não contará com a participação da Rússia -, sustentando que se trata de um “ponto de partida muito importante” que tinha de ser dado em algum momento.
“Tem de se perceber que esta cimeira é a primeira de várias cimeiras. Tinha de haver uma cimeira, a primeira, e a Suíça avançou, e avançou muito bem”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que chefiará a delegação portuguesa à conferência de 15 e 16 de junho em Burgenstock, acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Também sobre o facto de nem todas as cerca de 90 delegações presentes estarem representadas ao mais alto nível, Marcelo Rebelo de Sousa observou que “na primeira cimeira os países podem estar representados pelos chefes de Estado, outros por chefes de governo, outros por ministros dos Negócios Estrangeiros, e outros, como Portugal, pelo chefe de Estado e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros”, mas, prosseguiu, “o que interessa é que se dê este primeiro passo”.
“Se não se dá o primeiro passo num processo que é para a paz, aí perde-se o que é um caminho fundamental que todos desejamos”, concluiu.
Também Luís Montenegro disse acreditar que todos têm “o dever de fazer um esforço de valorização da cimeira, por um lado, e não a tentar diminuir, mesmo até nas notícias, antes de ela se realizar”, acrescentando que “este ponto de partida é muito importante”.
“Nós temos uma esperança firme de que a cimeira pode contribuir para iniciar um caminho como ela própria se designa de paz. E Portugal tem dado o exemplo, não só porque vai estar representado ao mais alto nível, por sua excelência o senhor Presidente da República e também ao nível do Governo pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, e por todas as ocasiões que nós não desperdiçamos de sensibilizar outros países para poder participar”, declarou.
“E, naturalmente, como país que luta e preserva a paz, que, na União Europeia, nas Nações Unidas, na CPLP, tem estado sempre na linha da frente da sensibilização para podermos ter paz na Ucrânia, nós vamos dar o exemplo e temos dado o exemplo”, disse, acrescentando ainda que, juntamente com o Presidente da República, tiveram ambos oportunidade de “agradecer também o empenho da Confederação Helvética, da Suíça, na promoção deste encontro”.