Um sismo de magnitude 5,9 atingiu hoje, sem causar danos significativos ou vítimas mortais, a península de Noto, no centro do Japão, onde a 1 de janeiro um outro sismo causou 260 mortos. O sismo aconteceu às 6h31 (21h31 de domingo em Lisboa), com epicentro na ponta da península de Noto, referiu a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês).

As autoridades referiram que o abalo causou o desmoronamento de três habitações, mas sem causar quaisquer vítimas. A televisão pública japonesa NHK mostrou imagens de pelo menos uma casa com paredes muito danificadas e o telhado parcialmente caído. Nenhuma anomalia foi detetada nas centrais nucleares do país, garantiu o porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi.

O sismo foi seguido de várias réplicas, incluindo um abalo de magnitude 4,8.

“A área está sujeita a atividade sísmica há mais de três anos, incluindo o terramoto de magnitude 7,6 ocorrido a 1 de janeiro deste ano. Isto deverá continuar num futuro próximo, por isso continuem a ter cautela”, lembrou a JMA.

A agência também reiterou os perigos que aluimentos de terra e quedas de rochas podem causar na península de Noto, riscos reforçados pela chuva que se tem registado na região.

Mais de 260 pessoas morreram na sequência do sismo de 1 de janeiro, que destruiu um grande número de casas e infraestruturas na península de Noto, numa altura em que as famílias se reuniam para celebrar o Ano Novo.

Situado no cruzamento de várias placas tectónicas ao longo do chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, o Japão é um dos países com maior atividade sísmica do mundo. Mais de 2.200 terramotos foram sentidos no arquipélago no ano passado, incluindo 19 sismos de magnitude igual ou superior a 6,0, de acordo com a JMA.

A grande maioria causa poucos danos, sobretudo devido à aplicação de normas de construção antissísmicas extremamente rigorosas no Japão, cuja população tem também uma elevada consciência das medidas de emergência face a desastres naturais.

No entanto, muitos edifícios, sobretudo em zonas rurais como Noto, estão degradados e, portanto, vulneráveis a fortes sismos.

A 11 de março de 2011, um sismo de magnitude 9, o mais poderoso registado na costa nordeste do Japão, um país de 125 milhões de habitantes, desencadeou um tsunami que causou cerca de 20 mil mortos ou desaparecidos. O maremoto também causou o acidente nuclear de Fukushima, o mais grave a nível mundial desde Chernobyl, em 1986.