A Associação dos Ucranianos em Portugal (AUP) convocou uma concentração para terça-feira em Lisboa, para expressar apoio ao presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, que nesse dia visita a capital portuguesa.
O líder da AUP, Pavlo Sadokha, disse à agência Lusa que a manifestação está agendada para as 19h00 junto ao Palácio de Belém, onde, à mesma hora, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem um jantar previsto com o homólogo ucraniano.
Segundo Sadokha, trata-se de “uma manifestação de boas-vindas” a Zelenski e também para lhe dirigir “uma mensagem de apoio”, após mais de dois anos da invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Esta comunidade é uma das mais expressivas em Portugal, onde se estima que residam acima de cem mil ucranianos, num contingente reforçado logo a seguir à invasão das tropas de Moscovo, com 59.532 títulos de proteção temporária a refugiados, de acordo com dados da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), dos quais 1.566 já solicitaram o cancelamento do respetivo título.
O presidente ucraniano estará em Portugal na terça-feira, sendo recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, acedendo a um convite feito em agosto de 2023.
De acordo com uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na internet, divulgada simultaneamente pelo gabinete do primeiro-ministro, “a visita de trabalho do Presidente Zelensky insere-se na intenção partilhada de aprofundar as excelentes relações entre os dois estados, com enfoque particular no reforço da cooperação no domínio da segurança e defesa”.
“Durante a estadia, o Presidente da Ucrânia terá reuniões de trabalho com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e será recebido pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa”, acrescenta-se no texto.
Hoje, o presidente da Ucrânia, durante a sua visita a Espanha — que esteve prevista para 17 de maio, mas foi cancelada –, também confirmou que irá visitar Portugal.
A deslocação de Zelenski ocorre numa fase em que a Rússia intensificou a sua ofensiva no leste da Ucrânia e abriu, desde o início de maio, uma nova frente de combate no nordeste, na região de Kharkiv, que se soma aos bombardeamentos intensivos contra infraestruturas vitais do país e que atingem também alvos civis.
O líder ucraniano continua a pedir insistentemente apoio militar aos seus aliados ocidentais para contrariar a superioridade russa em efetivo, armamento e munições.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse hoje que um acordo vai ser assinado na terça-feira, na presença do Presidente da Ucrânia, que sistematiza todo o apoio prestado por Lisboa nos últimos dois anos e abrange os próximos dez.
“Foi concluído, há cerca de três semanas, o acordo político entre Portugal e a Ucrânia, que é um acordo bilateral em todas as áreas em que cooperámos nestes dois anos”, disse Paulo Rangel em Bruxelas, no âmbito de uma reunião ministerial.
O acordo, assinado por ocasião da visita do presidente da Ucrânia, inclui a “assistência humanitária, financeira, militar, política” no que diz respeito ao processo de integração na União Europeia.