O Sindicato Independente dos Médicos recusou assinar esta sexta-feira, 24 de maio, o protocolo negocial com o Ministério da Saúde, por não conter a grelha salarial, “um tema crucial” nas negociações, anunciou o secretário-geral, adiantando que foi marcada uma nova reunião para junho.
“Não foi possível atingir um acordo sobre os temas que vão constar no protocolo negocial, desde logo porque um dos temas mais relevantes é a grelha salarial. Assim sendo, o Sindicato Independente dos Médicos recusou assinar o protocolo negocial”, afirmou o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, à saída da reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em Lisboa.
Nuno Rodrigues sublinhou que “o governo não se compromete, neste momento, com uma negociação imediata das grelhas” salariais e contou que a reação do SIM foi dizer que para se fazer “uma mesa negocial séria”, o protocolo negocial tem de incluir este “tema crucial”.
“O governo ficou de pensar e esperamos que pense muito bem, porque se quer médicos no Serviço Nacional de Saúde, se quer dar uma perspetiva de futuro, tem de incluir estes temas, nomeadamente a grelha salarial, em cima do protocolo negocial”, defendeu o dirigente sindical, recordando que o SIM já assinou “mais de 36 acordos com todos os governos, governos regionais, com o sector social e o sector privado”.
Nuno Rodrigues salientou que “a bola está do lado do governo” — que disse ter ficado de ver se era possível incluir este tema no protocolo — e avisou que se o governo quer “resolver os problemas do SNS, tem ter os profissionais do seu lado”.
“De outra forma, não será possível, e isto vai causar uma tremenda instabilidade e confusão”, alertou o líder do SIM.
Segundo Nuno Rodrigues, a tutela apresentou na reunião dois temas: a avaliação de desempenho e a formação dos médicos internos, temas também cruciais do caderno reivindicativo do SIM e com os quais concordaram de imediato.
“O governo diz que primeiro iríamos tratar destas duas matérias e que depois não exclui, inclusive, um aumento salarial para o próximo ano, mas não está por escrito. Portanto, nós aceitamos diálogo com certeza, mas queremos medidas concretas e as medidas concretas vêm por escrito”, concluiu.