Os sindicatos dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos voltam esta sexta-feira, 24 de maio, a sentar-se à mesa com a ministra da Saúde para uma segunda reunião, com a expectativa de que as negociações sobre as carreiras possam avançar de forma rápida.

Esta será a segunda ronda de encontros com Ana Paula Martins, depois das reuniões que decorreram em 26 de abril mas que, no caso dos enfermeiros, não foram suficientes para evitar a greve de 10 de maio que, de acordo com o sindicato que a convocou, registou uma adesão de 76,8%.

Nesta altura, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) questionou se os profissionais do Serviço Nacional de Saúde “são mesmo uma prioridade do governo”, fazendo a comparação com o ritmo a que estavam a decorrer os processos negociais com outros grupos de funcionários públicos, como professores e forças de segurança.

Na prática, segundo as estruturas sindicais que representam médicos e enfermeiros, a reunião de hoje vai servir para estabelecer o protocolo negocial, ou seja, os termos e as matérias que serão alvo de negociação entre as duas partes.

Da parte dos médicos, os dois sindicatos envolvidos nas negociações — Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) — já deram o prazo até final do ano para ser alcançado um acordo, adiantando que não abdicam de incluir no protocolo negocial matérias com a revisão das grelhas salariais e do sistema de avaliação, mas também a reposição das 35 horas semanais de trabalho e a integração dos internos na carreira médica.

Os representantes dos médicos pedem agora que o processo negocial com o novo governo seja mais rápido, depois de as negociações que decorreram com o anterior executivo se terem prolongado por mais de ano e meio, com dezenas de reuniões.

Após as “reuniões de apresentação” de abril, o Ministério da Saúde disse esperar que este novo processo negocial decorra numa base de boa-fé, compromisso e responsabilidade e que corresponda à expectativa dos profissionais “na medida do possível”.

Na mesma altura, a plataforma que une cinco sindicatos de enfermagem, que reivindicam matérias como a revisão salarial, um acordo coletivo de trabalho e o reconhecimento do risco e penosidade da profissão, saudou a abertura ao diálogo por parte da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Também o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) considerou que a ministra mostrou “uma boa recetividade” para solucionar os problemas desses profissionais que trabalham no SNS.

“Existe uma série de problemas que estavam sistematicamente a ser adiados e, pela primeira vez, pelo menos pareceu-nos haver vontade efetiva de olhar para as coisas e de tentar resolvê-las de uma forma eficaz”, adiantou o presidente do SNF, Henrique Reguengo.

As reuniões de hoje começam pelas 10h00 com os representantes dos médicos, seguindo-se os vários sindicatos dos enfermeiros, e terminam às 15h30 com o SNF.