O secretário-geral da ONU defendeu a “correção da falta de representação africana permanente” no Conselho de Segurança das Nações Unidas, frisando que África “merece uma voz” na arquitetura global de paz e segurança.
Num debate convocado por Moçambique para abordar o reforço do papel dos Estados africanos em desafios de segurança e desenvolvimento, António Guterres sublinhou esta quinta-feira que o fortalecimento da voz de África só poderá acontecer se os países africanos puderem participar “em pé de igualdade” nas estruturas de governação global.
“Isto deve incluir a correção da falta de representação africana permanente neste Conselho. E deve incluir a reforma da arquitetura financeira global — especialmente a gestão da dívida — para que os países africanos tenham o apoio de que necessitam para subir na escada do desenvolvimento”, insistiu.
Frequentemente considerado obsoleto, o Conselho de Segurança já é alvo de pedidos de reforma e expansão há décadas, com países emergentes como a Índia, África do Sul e Brasil a pretenderem juntar-se aos cinco membros permanentes – Rússia, China, Estados Unidos, França e Reino Unido.
Em geral, quase todos os países da ONU consideram necessário reformar o Conselho de Segurança, mas não há acordo sobre como fazê-lo, com diferentes propostas na mesa há anos, sendo que algumas englobam uma representação africana permanente no Conselho, um pedido a que António Guterres também se tem associado.