Mariana Mortágua acusou Luís Montenegro, este sábado, de fabricar “um artifício” quanto à redução do IRS e afirmou que “o Governo toma Portugal por parvo”.
“Luís Montenegro fabricou um artifício e ficou a assistir enquanto toda a gente se deixava enganar ou era engado pelas notícias dos jornais. Luís Montenegro fez de parvos os jornalistas, os deputados. O Governo toma Portugal por parvo”, declarou Mariana Mortágua, numa intervenção num comício do Bloco, em Lisboa.
Intitulado “Abril é na Rua!”, o comício do Bloco foi realizado a propósito das eleições europeias de 9 de junho, com a presença de cerca de duas centenas de pessoas.
Sem prestar declarações aos jornalistas, Mortágua abordou o programa do Governo na sua intervenção no final do comício, criticando a abordagem de modernidade, progresso e futuro como “três chavões”, em que uma das medidas é “reduzir o IRC sobre os lucros, de 21 para 15%”.
“Se baixarmos os impostos sobre os lucros, há mais investimento e a economia cresce”, era, segundo Mariana Mortágua, uma das premissas do programa do Governo.
“Ao longo de toda, mas toda, a campanha, durante a tomada de posse, depois da discussão do programa do Governo, o primeiro-ministro e o PSD contrapuseram a esta medida da redução do IRC, de forma milionária para quem tem lucros milionários, uma suposta redução do IRS em 1,5 mil milhões de euros. Foram feitas capas de jornais com essa promessa. Foram feitas notícias televisivas com essa promessa e sabemos agora que essa promessa era falsa, que a suposta reforma do IRS não chega aos 200 milhões de euros”, declarou.
A coordenadora bloquista disse ainda que, entre todas as promessas de Montenegro, “as únicas que são para levar a sério são aquelas que a confederação dos patrões pôs no programa de Governo, são as únicas que interessam, são as únicas para cumprir”.
Em causa está a redução do IRS prevista no programa do Governo, tendo o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, em entrevista à RTP na sexta-feira, clarificado que os 1,5 mil milhões de euros anunciados pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, afinal representam cerca de 200 milhões de euros, uma vez que não se vão somar aos mais de 1.300 milhões de euros de alívio fiscal inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor.