Se já havia impasse na crise política na Madeira, esta semana avolumou-se e as divergências já chegaram ao próprio PSD na região. O que tinha ficado acertado em Conselho Regional do partido era a indicação de um nome para suceder a Miguel Albuquerque na presidência do governo regional, mas agora é o próprio e uma parte da estrutura do PSD/Madeira que vêm dizer que, perante a decisão do juiz de libertar todos os três arguidos, entre eles o autarca do Funchal, Pedro Calado, o caso mudou de figura e Miguel Albuquerque até pode manter-se ou ser o nome a propor.
Fonte do PSD/Madeira admite ao NOVO que o caso está “complicado” e “complexo” e que a hipótese de Miguel Albuquerque suceder a Miguel Albuquerque está a causar “divergências”, sobretudo em relação ao que já tinha sido definido pela estrutura partidária regional: apresentar um nome novo ao Representante da República, Irineu Barreto. E o referido novo nome até já terá sido apresentado, ainda antes de na sexta-feira Irineu ter reunido em Belém durante duas horas para ouvir a opinião do Presidente da República sobre a crise que se abriu na Madeira após a detenção do autarca do Funchal e de dois empresários por suspeitas de crimes de corrupção, um processo em que Miguel Albuquerque também é suspeito. Foi na sequência do mesmo inquérito que Miguel Albuquerque acabou por se demitir, tendo o governo regional entrado em gestão e Irineu Barreto com uma crise para resolver. Sendo certo que só o Presidente da República pode dissolver assembleias regionais e que em relação à Madeira só o pode fazer depois de 24 de março (seis meses após a tomada de posse da mesma).
O PSD/Madeira veio de imediato dizer que estava a postos para formar um novo governo, com um novo presidente, mesmo que Marcelo decidisse levar a região a eleições, para que a Madeira não estivesse tanto tempo com um executivo de gestão. Mas o CDS, parceiro de coligação, também veio dizer que, sendo suspeito num inquérito de corrupção, Miguel Albuquerque não devia ser esse líder. Enquanto se mantiver como líder de um governo em gestão, Miguel Albuquerque não perde a imunidade, um factor que tem tido também um forte peso no impasse. E a decisão conhecida na última quinta-feira, 15 de fevereiro, de libertação dos três arguidos envolvidos no inquérito por fracos indícios deu um novo fôlego a Albuquerque e a uma fação do PSD/Madeira.

Leia o artigo na íntegra na edição d semanário NOVO que sai para as bancas sábado, dia 17 de fevereiro