As autoridades encontraram um vídeo no telemóvel de Carlos Nunes em que pode ver-se Fernando Madureira a intimidar os sócios do FC Porto presentes na Assembleia Geral Extraordinária de 13 de novembro. Segundo o Correio da Manhã, Carlos Nunes, também conhecido por Jamaica, filmou o líder dos Super Dragões a circular entre os sócios, juntamente com Vítor Oliveira. Ambos entoaram cânticos, criando um clima de intimidação nas bancadas do Dragão Arena.
O filme gravado por Carlos Nunes é uma das provas que sustentam a prisão preventiva para Fernando Madureira.
As autoridades e o Ministério Público receberam várias denúncias sobre os desacatos e o ambiente de terror que se viveu nas bancadas do Dragão Arena, a 13 de novembro, e conseguiram recolher várias provas contra os 12 suspeitos da Operação Pretoriano. Respondem todos por ofensa à integridade física e coação agravada, entre outros crimes.
A PSP começou a vigiar de perto os suspeitos, logo a seguir à Assembleia Geral Extraordinária de 13 de novembro, incluindo Vítor Catão. O conhecido adepto do FC Porto esteve a controlar os sócios que estiveram presentes na apresentação da candidatura de André Villas-Boas à liderança dos azuis e brancos, tendo inclusivamente feito um direto no Facebook a denunciar os “traidores”. Nesta altura já estava a ser vigiado pelas autoridades.
O ex-treinador e candidato à liderança do FC Porto é uma das principais testemunhas do processo. Villas-Boas foi ouvido pelas autoridades e explicou que os membros dos órgão sociais do clube ficaram “impávidos e serenos” durante os desacatos e agressões na reunião magna dos sócios azuis e brancos.
O Ministério Público acredita que Fernando Madureira quis intimidar os apoiantes de André Villas-Boas para não perder o negócio da venda de bilhetes para os jogos do FC Porto.
Além do vídeo encontrado no telemóvel de Carlos Nunes, o Ministério Público tem também várias mensagens trocadas entre os suspeitos que demonstram que houve premeditação e um plano para silenciar alguns dos sócios azuis e brancos.
“Vamos partir os cornos a toda a gente”, terá dito Fernando Madureira a Vítor Catão, a 12 de novembro do ano passado, citado pelo Correio da Manhã, um dia antes da Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto que ficou marcada por vários confrontos e agressões entre adeptos azuis e brancos.
Além de Fernando Madureira, também Hugo Polaco ficou em prisão preventiva. Vítor Catão está em prisão domiciliária.