Rui Tavares alertou este sábado para o “risco real” de a democracia em Portugal se perder e para a necessidade de um amadurecimento dos partidos de esquerda. “Quando o centro direita pensa que traz a extrema-direita para esfera do poder, na tentativa de a controlar, o que acontece é que as democracias se perdem”, afirmou o líder do Livre, considerando que esse “é um risco real” para Portugal.

Para o porta-voz do Livre o país tem à frente “uma caminho muito estreito” marcado pelo “abismo à direita”, cujos partidos diz estarem “em processo autofágico, de canibalização interna”.

“Imaginemos o que será se a direita mais radicalizada, a extrema-direita, governar em Portugal”, desafiou, sustentando que tal significará “que passado pouco tempo de andarem a olhar por cima dos ombros uns dos outros, a ver quem espeta a faca primeiro, a faca será espetada”.

Um cenário perante o qual os partidos de esquerda tem que “ter uma grande capacidade” de serem “maduros o suficiente, para crescer, não só nas sondagens – e a esquerda precisa toda de crescer nas sondagens, conquistando o votos ao centro, à direita e aos indecisos – mas também a capacidade de crescer em maturidade”, disse.

Para o líder do Livre, a ‘geringonça’, que foi no seu tempo “inovadora”, não é agora suficiente, numa altura em que o país precisa de “um sistema que funcione com as melhores práticas europeias, o que significa dizer claramente às pessoas que estamos dispostos a negociar em conjunto um programa de governo”.