Vital Moreira lamenta a decisão do PS/Açores de votar contra o programa do governo regional liderado por José Manuel Bolieiro. “A rejeição do PS força o PSD a um entendimento com o Chega para a viabilização do governo”, afirma o constitucionalista e ex-eurodeputado do PS.
No blogue Causa Nossa, Vital Moreira assume que discorda da posição dos socialistas e defende que “a abstenção do PS não implicava nenhum compromisso político de apoio ao governo”.
Para o constitucionalista, a abstenção permitia ao PS “um poder de controlo e, mesmo de veto, desde logo quanto ao orçamento”.
“A rejeição do Partido Socialista força o PSD a um entendimento com o Chega para a viabilização do governo, com as inevitáveis implicações na política do novo executivo”, escreve o constitucionalista, acrescentando que com esta decisão “o PS afasta-se da doutrina oficialmente defendida por António Costa, em 2015, segundo a qual o PS só deveria rejeitar o governo minoritário da AD se conseguisse uma alternativa de governo de esquerda com apoio parlamentar maioritário”.
“Julgo que entre as reversões do legado político costista – disciplina orçamental, tempo de serviço dos professores, portagens nas antigas autoestradas SCUT, privatização da TAP – não se devia contar mais esta…”, conclui.
Vasco Cordeiro anunciou na sexta-feira que o PS vai votar contra o programa do governo regional, rejeitando ser a “muleta” da AD. A viabilização do governo liderado por José Manuel Bolieiro está dependente do Chega que, nestas eleições, subiu de dois para cinco deputados e passou a ser decisivo para a sobrevivência da coligação PSD/CDS/PPM.