Fernando Madureira foi detido esta quarta-feira, depois de a sua casa ter sido alvo de buscas da Polícia Judiciária, além das residências de vários elementos dos Super Dragões, na zona do Porto, em que participaram o Grupo de Operações Especiais e o Corpo de Intervenção da PSP. O caso está relacionado com os incidentes registados na Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto, em novembro do ano passado.

“No âmbito de inquérito em que se investigam os incidentes na Assembleia Geral do Futebol Clube do Porto de 13.11.2023, que corre termos no DIAP da Procuradoria-Geral da República do Porto, e no qual o Ministério Público vem sendo coadjuvado pela Polícia de Segurança Pública, foram executadas diligências de investigação, entre o mais, buscas domiciliárias e não domiciliárias. Foram também operadas 12 detenções fora de flagrante delito”, refere uma nota publicada no site da Procuradoria-Geral da República Geral do Porto.

Segundo a PGDP, “está em causa a prática dos crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação”.

Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.

Além do líder da principal claque azul e branca, também a mulher, Sandra Madureira, e outros dez suspeitos foram detidos pela PSP, incluindo Vítor Catão, adepto do FC Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova, disse anteriormente fonte policial à agência Lusa. Segundo a mesma fonte foi também detido um funcionário do FC Porto: o oficial de ligação aos adeptos.

Segundo a CMTV, o indivíduo que agrediu o segurança de André Villas-Boas à porta de casa do ex-treinador também está entre os detidos. Trata-se de um membro do núcleo duro dos Super Dragões, foi identificado pela roupa que usava e também esteve na Assembleia Geral. A estação televisiva adianta também que o grupo que participou na agressão ao segurança de Villas-Boas fez uma série de assaltos pelo Porto na mesma noite, incluindo carjacking.

Os incidentes da Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto de novembro do ano passado levaram o Ministério Público a instaurar um inquérito, que corre no DIAP do Porto. Estão a ser investigadas ofensas corporais, ofensas e ameaças registadas durante a reunião magna do clube azul e branco.

A Assembleia Geral do FC Porto reuniu-se em sessão extraordinária a 13 de novembro do ano passado para deliberar sobre os novos estatutos. Agendada para as 21h00, a reunião ficou marcada por longas filas, falta de organização e algumas cenas de violência. Originalmente prevista para o auditório do Estádio do Dragão, a grande afluência de adeptos azuis e brancos obrigou a mudar o local da reunião para o Dragão Arena, o que provocou uma interrupção de três quartos de hora.

Muitos sócios do FC Porto abandonaram o Dragão Arena devido ao clima de intimidação e a cenas de violência. No entanto, a Assembleia Geral Extraordinária só foi suspensa depois de um associado ter sido agredido e retirado do local.