Mudar para fontes de energia renováveis e adotar o conceito económico de economia circular é imperativo, a fim de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, proteger o ambiente e limitar os efeitos do aquecimento global. A economia circular centra-se na maximização da reutilização dos recursos e redução de resíduos, proporcionando, em simultâneo, novas oportunidades de mercado e financeiras. Aplicar estas práticas, que podem reduzir o consumo de recursos e a produção de resíduos, ajuda a atingir melhores níveis de sustentabilidade e um planeta mais saudável para todos.

Mas não chega para criar um futuro mais sustentável! É essencial trabalhar de forma inclusiva e abrangente, informar, formar e mudar mentalidades, adotar formas de produção e consumo responsáveis, encontrar soluções sistemáticas de economia circular e transição energética, minimizar e valorizar resíduos e excedentes. Os governos devem criar quadros regulamentares que incentivem a circularidade e as renováveis. As empresas devem investir em renováveis e adotar modelos de negócio circulares. Os consumidores devem apoiar produtos sustentáveis concebidos para serem duráveis, reparáveis e reutilizáveis, e nas renováveis.

Também a economia circular e a transição energética podem e devem trabalhar juntas. A energia renovável alimentando processos circulares, como a reciclagem e a refabricação. As práticas circulares diminuindo a procura de novos recursos e reduzindo o impacto ambiental da produção de energia. De realçar que a transição para a bioenergia, solar, eólica, hídrica e outras fontes renováveis pode reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, melhorar a qualidade do ar e criar oportunidades de emprego direto, no sector das renováveis, e indireto, nos sectores complementares.

Economista sénior da Ordem dos Economistas e doutoranda em Agronegócio e Sustenability da Univ. Évora