O vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz exigiu esta quarta-feira “explicações de Pedro Nuno Santos” sobre o estatuto que a ex-CEO da TAP Christine Ourmieres-Widener tinha efetivamente na companhia aérea, dizendo “estranhar o silêncio” do agora secretário-geral do PS.

Em causa está o processo judicial que a ex-CEO da TAP intentou contra o Estado português por causa do seu despedimento, no qual a defesa da companhia aérea, segundo disse Pinto Luz, veio dizer que Christine Ourmieres-Widener não era trabalhadora da empresa. Em conferência de imprensa, na sede do PSD, o vice-presidente social-democrata acusou Pedro Nuno Santos de ter contratado uma CEO que agora a empresa veio dizer não ser ter sido trabalhadora da mesma, acusando o ex-ministro das Infraestruturas de ter como “marca” a “leveza e a informalidade”.

“Exigimos explicações de Pedro Nuno Santos e estranhamos o silêncio”, disse Pinto Luz, acusando o ex-ministro e atual adversário de Luís Montenegro na corrida às legislativas de março de estar a “fugir” do assunto. “O rótulo de fazedor que é dado a Pedro Nuno Santos tem de ser desmascarado”, atirou o vice-presidente, lembrando que quando contratou a ex-CEO Pedro Nuno Santos disse que era “uma grande contratação”, um pessoa com “grande experiência” e que iria “revolucionar” a companhia aérea.

Pinto Luz diz que o argumento da defesa da TAP no processo de que a ex-CEO “”nunca foi uma trabalhadora” da empresa é “mais uma peça da novela Pedro Nuno Santos/TAP, que só desvaloriza a empresa e que é mau quando se fala na privatização”. O vice-presidente adiantou que foi “com espanto” que o PSD leu a defesa da companhia aérea porque a ex-CEO todos os meses recebia ordenado, “trocou Whatsapps” com governantes, esteve na comissão de inquérito à gestão política da empresa, reuniu com deputados do PS, implementou “medidas duras” na companhia, entrou em colisão com a ex-administradora Alexandre Reis e foi “despedida em direto”.

“Mas a TAP alega que não era trabalhadora da empresa. Portanto, era ilegal e Pedro Nuno Santos permitiu que estivesse numa situação ilegal e todos os meses recebia ordenado”, criticou Pinto Luz, afirmando que as “ações de Pedro Nuno Santos acabam sempre em faturas pesadas”.