A Comissão de Utentes do Beatriz Ângelo, em Loures, em conjunto com os utentes dos concelhos de Loures e de Odivelas, convocaram um protesto para o próximo sábado junto ao hospital. A concentração é uma resposta à “ocorrência sistemática do encerramento parcial da urgência geral” do hospital, que “teve o seu culminar no encerramento total no último fim de semana”, durante a noite. Estes encerramentos somam-se a outros que acontecem quase há um ano, como é o caso das urgências pediátricas à noite e ao fim de semana, assim como o fecho sistemático das urgências de obstetrícia e ginecologia.
Face à realidade descrita, “a comissão de utentes do Hospital Beatriz Ângelo, em conjunto com outras comissões de utentes dos concelhos de Loures e de Odivelas, entendeu manifestar publicamente o seu protesto contra a degradação dos serviços de saúde que aqui se verifica”, referem os utentes da unidade hospitalar de Loures numa nota enviada às redações, exigindo ao governo que proceda “de uma vez por todas às contratações necessárias para que possa ser prestada a necessária assistência às populações”.
O protesto está agendado para as 11 horas do próximo sábado, à porta do hospital, apelando a Comissão de Utentes do Hospital Beatriz Ângelo a “que todos se juntem” ao protesto “em defesa do Serviço Nacional de Saúde”.
A comissão de utentes do hospital de Loures já tinha lamentado que o estabelecimento de saúde tenha voltado a ser notícia “pelas piores razões” na sequência da pressão nas urgências, devido às infeções respiratórias, situação que é “agravada pela falta de resposta dos centros de saúde e pelo desinvestimento na fixação e contratação de profissionais para o SNS”.
“A comissão de utentes deste hospital considera inadmissível que não haja qualquer tentativa de resolução por parte do Ministério da Saúde no que respeita à contratação de profissionais que possam colmatar as falhas já há muito identificadas”, sublinharam os utentes, solidarizando-se com todos os profissionais que neste hospital “cumprem de modo abnegado a sua missão e tentam responder às necessidades da população”.
O Hospital Beatriz Ângelo tem sido um dos mais afetados pela pressão que resulta das infeções respiratórias. Esta terça-feira, um doente urgente, com pulseira amarela, terá de aguardar, em média, 11h40, segundo dados consultados pelo NOVO às 10 horas, numa altura em que se encontravam 39 doentes nesta situação à espera de ser atendidos. Quanto às pulseiras verdes, o tempo médio de espera ultrapassa mesmo as 17 horas.