António Guterres apelou hoje a “todas as partes” para que evitem a escalada do conflito na região do Mar Vermelho, depois dos ataques dos Estados Unidos e do Reino Unido contra os Huthis no Iémen.
“O secretário-geral apela a todas as partes envolvidas para que evitem uma escalada da situação no interesse da paz e da estabilidade no Mar Vermelho e em toda a região”, disse o porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, durante uma conferência de imprensa.
Em comunicado, Dujarric diz que Guterres reconhece que “os ataques contra o transporte marítimo na região do Mar Vermelho não são aceitáveis, pois colocam em risco a segurança das cadeias de abastecimento globais”.
Por isso, o secretário-geral da ONU lembra que o Conselho de Segurança exige que os Huthis cessem os ataques, para respeitar o direito internacional. Contudo, Guterres sublinha a necessidade de se evitar “atos que possam agravar ainda mais a situação no Iémen”, pedindo para que “todos os esforços sejam feitos para garantir que o país siga o caminho para a paz realizado até agora”.
Os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram esta madrugada 73 bombardeiros contra posições militares dos Huthis em várias províncias do Iémen, provocando cinco baixas, segundo responsáveis do movimento que controla grande parte do país.
Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Bahrein, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Nova Zelândia e Coreia do Sul emitiram um comunicado conjunto, onde justificam a ação em nome da defesa do comércio internacional e dos navios que transitam pelo mar Vermelho, onde circula cerca de 15% do comércio marítimo global.
Na sequência destes bombardeamentos, os Huthis declararam “guerra aberta” contra Estados Unidos e Reino Unido e reivindicaram o lançamento de uma salva de mísseis contra os seus navios de guerra presentes no Mar Vermelho, onde os dois países ocidentais lideram uma coligação naval para proteger os navios mercantes da zona.
A Marinha britânica indicou hoje que um míssil disparado contra uma embarcação frente à costa do Iémen se despenhou no mar sem provocar vítimas ou danos, no primeiro ataque no mar Vermelho desde a ação militar ocidental desta madrugada.