André Ventura apresentou a recandidatura à presidência do partido Chega, por entender que é “uma oportunidade de ouro para virar a página do socialismo” que “tem empobrecido” o país. “O trabalho iniciado em 2019 ainda não foi concluído”, disse.
“Seria, por isso, incauto e negligente abandonar o barco nesta altura, quando sentimos que é, mais do que nunca, exigido pelos portugueses esforço, dedicação, perseverança e sacrifício para que possam ter, dia 10, a mudança por que tanto esperam”, afirmou em conferência de imprensa realizada este domingo.
André Ventura diz que se candidata à presidência Chega com um objetivo “ambicioso, difícil, mas claro”: vencer as eleições legislativas do dia 10 de março, mesmo “sabendo que é um caminho difícil” e que “quebrar a bipolarização do sistema português de há 50 anos é uma tarefa de difícil realização”.
“Tem sido feito um esforço de sermos reconhecidos pelos portugueses como o único partido que quer, efetivamente, mudar a forma de fazer política”, apontou.
O líder do partido, com cinco anos de existência, acredita que o “caminho nunca será fácil com dois partidos que se acoplaram ao sistema de Estado e aos seus lugares e daí não querem sair”, referindo-se ao Partido Socialista e o Partido Social Democrata.
“São dois partidos que escravizaram a mentalidade dos portugueses como se fossem a última alternativa, mesmo que agora, as sondagens, pela primeira vez, indiquem uma terceira possibilidade de vitória”, afirmou.
André Ventura defendeu que “o país não pode ficar refém” da discussão “interminavelmente se há coligações, alianças e se uns por capricho não querem fazer alianças com A, B ou C”, carregando no botão da “mudança” que o “país precisa”.
“Quem não está disposta a fazê-la não devia estar nesta corrida eleitoral”, disse.
O líder do Chega acredita que “só vencendo as eleições, ainda para mais no cenário fragmentado em que se encontra a direita portuguesa” é que “pode levar a cabo as mudanças” que quer fazer.
No discurso, admitiu que a sua nova candidatura pretende “criar uma maioria de direita no espectro parlamentar ao longo dos próximos anos”, quebrando “o permanente sequestro do Partido Socialista e pela esquerda portuguesa das instituições”.
André Ventura propôs ainda uma reforma à justiça portuguesa, lembrando que o 24.º Congresso do PS, que terminou este domingo, mostra o porquê de ser “tão importante que a reforma da justiça seja feita e a justiça protegida”.
Já sobre as últimas eleições autárquicas, lembra a “surpresa” que foi o partido ter conseguido eleger vários vereadores e autarcas pelo país, desejando uma “implementação forte” do Chega em Portugal.
Ventura notou ainda a ambição “de uma grande vitória nas eleições europeias de 2024”, anunciando um “um candidato às presidencial próprio nas eleições que levarão à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa”.
“Os portugueses precisam de estabilidade, frontalidade, honestidade e transparência”, referiu. “Estamos prontos para os desafios”