O exército israelita reivindicou esta terça-feira estar a desmantelar centros operacionais do Hamas, tendo tomado nas últimas horas o controlo do campo militar de Al Shati, adiantando ter mortos mil “terroristas” e diminuído a capacidade de disparo de mísseis em 80%.

Num comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) e a 162.ª divisão, combinadas com as da Brigada Nahal e das forças de combate dos comandos, indicam terem localizado “mais de 160 túneis e atingido cerca de 2.800 infraestruturas terroristas”.

“Na Faixa de Gaza, a 162.ª Divisão garantiram o controlo de bens estratégicos do Hamas, incluindo o posto avançado ‘Force 17’, o quartel de segurança do Hamas, o Hospital Rantisi, utilizado pelo Hamas para atividades militares e para fazer reféns, e o posto avançado ‘Bader’”, lê-se no comunicado divulgado à imprensa.

Seguindo o exército, as forças da mesma divisão têm “operado ativamente no campo de Al Shati”, uma posição central do Hamas na Faixa de Gaza.

“No interior do campo encontram-se muitas infraestruturas e batalhões do Hamas, incluindo o Batalhão ‘Shati’, que desempenhou um papel central na invasão e no massacre de sábado, 07 de outubro” em território israelia, reivindicam as forças armadas israelitas.

Por outro lado, as forças de combate combinadas da 401.ª Brigada entraram na Faixa de Gaza e conduziram o resto das forças do norte do enclave para o campo de Al Shati.

As ações reivindicadas pelo exército israelita estão ainda por confirmar por fontes independentes.

No comunicado é adiantado também que as forças de combate combinadas da Brigada de Givati e as forças da 401.ª Brigada “atingiram numerosos alvos nos arredores do Campo de Al Shati a partir do solo e do ar”.

Entre eles, prossegue, estão “edifícios centrais e instituições governamentais pertencentes à organização terrorista Hamas”, a partir dos quais, sustenta o exército israelita, “a atividade terrorista era dirigida contra os cidadãos de Israel”.

“As forças de combate combinadas da Brigada Nahal assumiram o controlo do posto avançado de Al Shati, destruíram infraestruturas terroristas, eliminaram terroristas e localizaram cinco túneis. Durante a operação, as forças prenderam terroristas do Hamas, que foram transferidos para território israelita para serem interrogados”, afirma o exército, sem avançar o número de membros do Hamas detidos.

Também as forças da Brigada de Comandos operaram no norte do campo de Al Shati para localizar os operacionais do batalhão homónimo e destruir as infraestruturas do Hamas.

“As forças da brigada apoderaram-se de edifícios no campo e atingiram muitas infraestruturas inimigas. Além disso, operaram para limpar uma área escolar onde foram encontrados lançadores de mísseis antitanque, uma grande quantidade de armamento e infraestruturas terroristas”, lê-se no comunicado.

Para tal, prossegue, horas antes de as forças terrestres entrarem no complexo de Al Shati, a Força Aérea atacou alvos do Hamas no campo e a 215.ª Brigada abriu fogo para preparar a área para as operações das forças terrestres.

Nas palavras do comandante da 162.ª Divisão, tenente-coronel Itzik Cohen, foram criadas condições para desmantelar as capacidades militares e governamentais do Hamas na cidade de Gaza”.

“Desde o início da guerra, as forças da IDF e da 162.ª Divisão têm vindo a desmantelar os centros e as capacidades do Hamas que este construiu ao longo dos anos. Desde o início da operação terrestre, as forças da divisão eliminaram mais de 1.000 terroristas. As forças também diminuíram significativamente os lançamentos de mísseis contra o Estado de Israel a partir do norte da Faixa de Gaza, reduzindo-os em cerca de 80 por cento”, termina o documento.

O exército de Israel reclamou hoje a neutralização de uma “infraestrutura terrorista” que operava em edifícios civis na Faixa de Gaza, incluindo na Universidade Al Quds e na principal mesquita do enclave.

As Forças Armadas de Israel referiram que, além de missões próximo do campo de Al Shati, foram feitas apreensões de explosivos e armas na mesquita de Abu Bagr, na universidade e em outros edifícios governamentais.

Israel acusa o Hamas do uso de zonas civis para armazenar material de guerra, que tem bombardeado apesar da condenação internacional.

Nas últimas horas, o exército israelita realizou também buscas numa casa de um alto cargo do grupo Jihad Islâmica, mas a identidade do visado não foi revelada.

Por outro lado, os militares confirmaram a morte de dois soldados, em combate nas últimas horas na Faixa de Gaza, elevando para 44 o número de baixas israelitas desde o início da intervenção terrestre.