O Conselho Europeu encontrou uma posição comum e apelou a “pausas humanitárias” para fazer chegar à população palestiniana a ajuda de que necessita, sem esquecer que é preciso continuar a apoiar a Ucrânia como até hoje.

A reunião dos líderes europeus em Bruxelas, que decorreu entre quinta-feira e hoje, foi dominada pela exacerbação das tensões no Médio Oriente, provocada pelo atentado do Hamas contra Israel, no início de outubro, que desencadeou uma forte resposta militar de Telavive, com o cerco total da Faixa de Gaza e bombardeamentos constantes.

De acordo com as conclusões publicadas no final da reunião, os 27 reafirmam a posição tomada no dia 15, de condenação “da maneira mais forte possível” do “brutal e indiscriminado ataque terrorista” contra Israel, assim como a utilização de civis como “escudos humanos”, aludindo à população palestiniana.

O Conselho Europeu enfatizou o direito de Israel à sua defesa “em linha com a lei internacional e a lei humanitária internacional”.

Deplorando a “perda de quaisquer vidas civis” e a deterioração da situação humanitária em Gaza, os 27 avançaram com um apelo para “pausa humanitárias” – a terminologia dominou grande parte da discussão na quinta-feira – para fazer chegar à população a ajuda de que necessita, enquanto o território é assolado pelo conflito entre o Hamas e Israel.

Apesar de o conflito no Médio Oriente ser o assunto do momento, o Conselho Europeu fez questão de mostrar que a Ucrânia continua presente, por isso, o primeiro tópico das conclusões é dedicado ao apoio ao país invadido pela Rússia.

À semelhança daquilo que tem surgido em todas as conclusões desde fevereiro do ano passado, o Conselho Europeu reiterou a condenação à Rússia pela invasão em larga escala que continua até hoje e prometeu continuar “o apoio financeiro, económico, humanitário, militar e diplomática à Ucrânia e à sua população pelo tempo que for necessário”.

A curto prazo os Estados-membros prometeram continuar a concentrar esforços na entrega de munições e armamento para ajudar a Ucrânia a defender-se.

A longo prazo, a União Europeia quer dar garantias de segurança à Ucrânia, como dar-lhe instrumentos (que não são especificados) para impedir a destabilização do país por parte de intervenientes externos.

Sobre a segurança da Ucrânia e prosseguir com o processo de adesão à União Europeia, os líderes remeteram para a cimeira de dezembro, onde será possível fazer uma avaliação mais detalhada do trilho que a Ucrânia vai seguir.

Já o Quadro Financeiro Plurianual vai ficar também para depois e os líderes concordaram em trabalhar para chegar a um acordo até ao final do ano.

Depois de condenarem em uníssono os ataques na França e Bélgica nas últimas duas semanas, os 27 acordaram que é necessário trabalhar na cooperação entre as polícias dos vários países e reformar as políticas de segurança, migrações e asilo para poder salvaguardar os interesses europeus de cidadãos considerados perigosos.

Para a Europa não ficar para trás e aumentar a competitividade, os líderes concordaram que é necessário ir mais longe no desenvolvimento de tecnologias ecológicas e digitais, com enfoque na inovação, investigação, educação e dotação de competência, assim como a redução das “dependências críticas” e diversificação das cadeias de abastecimento através de outras parcerias.