O presidente do PSD manifestou-se esta segunda-feira convicto de que vai ganhar as eleições europeias e anunciou que será recandidato no congresso que se seguirá, mas deixou claro que assumiu a liderança do partido para “ganhar o país” e que esá “focado para ganhar as legislativas”.

Em entrevista à TVI/CNN, Luís Montenegro recusou o cenário de que possa perder as próximas europeias, afirmando que “o PD vai ganhar” essas eleições em junho de 2024, garantindo que, seja qual for o cenário, pelo que ficou implícito nas entrelinhas, que será sempre recandidato à liderança do PSD nas diretas que se seguirão porque faz “uma boa avaliação” do caminho que tem feito à frente do partido.

“Queremos ganhar e vamos fazer tudo para apresentar boas ideais e bons candidatos”, disse o líder do PSD, revelando que já tem “na cabeça” o nome do cabeça de lista, recusando-se, contudo, a concretizar.

Sobre a mais recente sondagem, que volta a dar empate técnico entre PS e PSD, sem que este descole e capitalize do desgaste e perda do governo, Montenegro disse ser “normal” que ao fim de oito anos existe desgaste de um executivo, mas disse que considera também “normal” que os portugueses ainda “tenham dúvidas sobre a capacidade de liderança e o projeto” do PSD dado que apenas está na presidência do partido há ano e meio. “Para dar conforto aos eleitores é preciso tempo e solidez”, disse Montenegro, afirmando-se disposto a fazer uma “reconciliação” com os portugueses.

O orçamento, que será terça-feira formalmente entregue, foi um dos temas principais da entrevista. Montenegro não afastou a possibilidade de votar contra o documento, mas desde logo atirou que não espera “mudanças significativas”.

Para Luís Montenegro, a proposta de orçamento do Estado para 2024 “não” vai resolver o problema da falta de médicos de família, da habitação, da falta de professores e da asfixia fiscal das empresas e famílias. Sobre a proposta de redução do IRS que António Costa deverá apresentar, acima do inicialmente previsto, Montenegro saudou que a mesma se aproximasse da proposta do PSD, mas acusou o primeiro-ministro de ter optado “pelo eleitoralismo em 2024”, afirmando que a proposta do executivo “vem um ano atrasada”.

Sobre as propostas do PSD para a educação e reforma fiscal, o líder do PSD disse que são “prudentes” e não colocam em causa as contas certas. “O PSD não é imprudente”, disse, lembrando que “algumas políticas fiscais não levam a corte de despesa”.