O Ministério Público constituiu João Ribeiro arguido pelos crimes de abuso de poder e de falsidade informática no início de agosto, segundo noticia Expresso.

Apesar de suspeito no processo “Tempestade Perfeita”, que investiga derrapagens financeiras no ex-Hospital de Belém, a ministra da Defesa ainda o mantém no cargo de secretário-geral do Ministério da Defesa.

João Ribeiro é suspeito de ter manipulado o sistema informático para fazer um pagamento antecipado a uma empresa acusada no processo. Segundo o Expresso, o arguido foi escutado numa conversa com Alberto Coelho, o principal arguido do caso, e a PJ considera que mentiu para os autos no primeiro depoimento como testemunha. A ministra entende que João Ribeiro  deve continuar em funções.

O Ministério Público já antes tinha acusado pelo menos 78 arguidos no âmbito da “Operação Tempestade Perfeita”, o caso que levou à demissão do secretário de Estado da Defesa Marco Capitão Ferreira.

As primeiras buscas e detenções relacionadas com este processo ocorreram em 6 de dezembro de 2022, havendo suspeitas da prática de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento. Em causa, negócios pouco claros no interior do Ministério da Defesa, um dos quais as obras de remodelação do Hospital Militar de Belém, que tiveram um custo ao Estado de 3,2 milhões de euros, muito acima dos 750 mil planeados. As buscas da PJ foram realizadas na Direcção-Geral de Recursos Humanos da Defesa Nacional (DGRDN). Na altura, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária fez cinco detenções, com um total de 19 arguidos envolvidos.