Chega apresenta moção de censura para dar ao Presidente “a munição de que precisa”

André Ventura apela ao PSD para apoiar moção de censura. Se não votar a favor dará um sinal de uma oposição “frouxa”, diz.

O Chega vai entregar a moção de censura ao Governo na próxima sexta-feira e desafia os partidos da oposição a votarem a favor. André Ventura anunciou esta sexta-feira que pretende que o debate seja realizado no dia 19 para “provocar o menor dano possível nos trabalhos parlamentares”.

Numa conferência de imprensa, em Lisboa o presidente do Chega, que já tinha anunciado a apresentação de uma moção de censura na reabertura dos trabalhos parlamentares, justificou a decisão com “a brutal incompetência do Governo”, o “conflito institucional” com o Presidente da República” e as falhas em áreas como a habitação, a saúde ou a gestão da TAP.

”Não derrubaremos o Governo, mas daremos ao Presidente da República a munição de que precisa para que, depois das eleições europeias, entenda que este Governo deve ser demitido”, disse o líder do Chega, desafiando os partidos da oposição, principalmente o PSD, a votarem favoravelmente.

”Se o PSD votar contra, honestamente nem sei o que dizer. Perceberemos que já não é o PSD, mas um PSD ‘mais um’”, afirmou. Mesmo a abstenção dará um sinal ao Presidente da República de uma “oposição frouxa e fraca”.

André Ventura afirmou ainda que esta moção de censura serve para dar “um sinal político de crítica e de censura” e deve ser apoiado por todos aqueles que apontam falhas ao governo. Para “darmos ao Presidente da República a noção de que só o PS suporta este governo com uma maioria absoluta artificial e sem ligação ao país real”, concluiu.

A moção de censura, apresentada pelo Chega em julho de 2022, mereceu apenas os votos favoráveis do autor da iniciativa. PSD e Liberais abstiveram-se e PS, PCP, Bloco, PAN e Livre votaram contra.