Polícia brasileira detém outro suspeito de participar na morte de Marielle Franco
Marielle Franco foi morta a tiro na noite do dia 14 de março de 2018, quando se deslocava de carro pelo centro do Rio de Janeiro, após participar num ato público.
A Polícia Federal brasileira prendeu hoje no Rio de Janeiro um ex-bombeiro suspeito de ter participado no homicídio da ex-vereadora e ativista Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, anunciaram fontes oficiais.
O detido é Maxwell Simões Correa, apontado como cúmplice do duplo homicídio e que já tinha sido condenado em 2021 a quatro anos de prisão por obstrução à justiça neste caso, embora cumprisse a pena em regime aberto, segundo fontes do Ministério Público.
As investigações apontaram que o ex-bombeiro era o proprietário do veículo que servia para guardar as armas do ex-agente policial Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do crime que chocou o Brasil e teve ampla repercussão internacional.
A prisão ocorreu no âmbito de uma operação lançada hoje pela Polícia Federal, que incluiu buscas em sete endereços na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana.
Com a chegada ao poder do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a 1 de janeiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, criou um grupo especial dentro da Polícia Federal para apoiar as investigações da polícia do Rio de Janeiro com o objetivo de solucionar definitivamente o crime.
Na manhã de hoje, o ministro informou que Élcio Vieira de Queiroz, outro suspeito que é apontado, juntamente com Ronnie Lessa, como executor do crime, fez um acordo de colaboração com a justiça e apontou a participação do ex-bombeiro nas mortes.
“As provas colhidas e reanalisadas pela Polícia Federal confirmaram de modo inequívoco a participação de Élcio e Ronnie Lessa. Isso conduziu à delação [acordo de colaboração] do Élcio. Ao fazer a delação, ele confessa a própria participação, aponta a participação do Ronnie e acrescenta a participação decisiva do Maxwell. É o início de uma nova fase probatória. Alvos da busca de hoje estão relacionados à delação do Élcio”, afirmou Dino.
O ministro brasileiro também disse que houve o envolvimento de outras pessoas e que as investigações “mostram a participação das milícias e do crime organizado do Rio de Janeiro” no homicídio.
Marielle Franco foi morta a tiro na noite do dia 14 de março de 2018, quando se deslocava de carro pelo centro do Rio de Janeiro, após participar num ato público.
O motorista do veículo em que ela viajava, Anderson Gomes, também foi executado, enquanto uma assessora da vereadora, Fernanda Chaves, sobreviveu.
As investigações sobre o duplo homicídio ainda estão abertas.
Os dois supostos autores materiais, os ex-agentes Élcio Queiroz e Ronnie Lessa, foram presos em 2019, mas ainda não se sabe quem foi o mandante. O Ministério Público suspeita que tenha sido um crime encomendado.
A ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, que é irmã de Marielle Franco, informou nas redes sociais que conversou com Dino e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, sobre esta nova operação.
“Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e diretor-geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF [Polícia Federal] e repito a pergunta que faço há cinco anos: quem mandou matar Marielle e porquê?”, escreveu a ministra brasileira.