Abdul Bashir já tinha mostrado comportamentos violentos antes do ataque

Membros da comunidade ismaelita testemunharam “expressões agressivas” ao longo dos tempos de Abdul Bashir – que nos segundos anteriores à tragédia reclamou pelo facto de não ter emprego. Faranaz Keshavjee afirma ao NOVO que o engenheiro de telecomunicações recusou ajuda psicológica e que nem tudo está a ser feito no acompanhamento a refugiados e requerentes de asilo.

Abdul Bashir, o cidadão de nacionalidade afegã que na terça-feira, 28 de Março, esfaqueou mortalmente duas pessoas e feriu outra no Centro Ismaili, em Lisboa, já tinha demonstrado anteriormente comportamentos violentos e recusou ajuda psicológica. Estas revelações foram feitas ao NOVO por Faranaz Keshavjee, investigadora e psicóloga especialista em trauma, que trabalhou como consultora na área educacional do Centro Ismaili entre 1999 e 2010 e é familiar de uma das vítimas.

“Não o conhecia [Abdul Bashir] e ouvi dizer que ele falava bem com as pessoas lá da comunidade, com familiares meus. Ele participava e partilhava das orações, mas, evidentemente, o senhor já tinha demonstrado, até através de pessoas da comunidade, que tinha expressões mais agressivas, mais violentas”, afirma.

Uma das questões que se têm colocado desde o crime é relativa ao acompanhamento, nomeadamente o apoio psicológico, que Abdul Bashir estaria a receber. “Sei que ele se recusou a ter acompanhamento. Provavelmente, o acompanhamento não era aquilo que ele pretendia”, frisa Faranaz Keshavjee.

Leia o artigo na íntegra na edição impressa do NOVO deste sábado, 1 de Abril.