Pedro Lamy: “É possível um português ser campeão do Mundo de F1”

Ponderado, concentrado e atento às ondas. O NOVO foi ter com Pedro Lamy a Santa Cruz para uma entrevista de vida e um almoço à beira-mar. Entre as azeitonas, a sopa de peixe e o arroz de polvo, passámos a pente fino a carreira do ex-piloto e as dificuldades que está a sentir depois de ter passado o primeiro ano sem correr desde que começou a competir e a ganhar.

É mais conhecido pelos portugueses por ter chegado à Fórmula 1, mas essa é apenas uma pequena parte de uma extensa carreira. Até já assumiu que foi mais feliz fora da F1… Onde se sentiu mesmo melhor?
Talvez os melhores anos da minha carreira tenham sido aqueles até chegar à Fórmula 1. Lembro-me dos carros com que venci em Portugal, depois fui campeão de Fórmula Ford em Portugal, fui para fora e, no segundo ano, consegui ser campeão europeu. O primeiro ano foi de adaptação. Fiz Fórmula 3 na Alemanha, onde também venci. Depois na Fórmula 3000, que era o que antecedia a Fórmula 1. Fiquei em segundo. Foram anos muito bons que me levaram à F1.

Foram também os mais felizes?
Sim, penso que as vitórias são sempre momentos muito gratificantes, por isso, na F1 não passei os anos em que me diverti mais e tive mais prazer. Não tive possibilidade de ter bons resultados. Sempre corri em equipas de menor dimensão – no início, com a Lotus, até ao meu acidente, e depois com a Minardi. Na Lotus foram os primeiros passos. Tinha 21 anos. Era jovem. Fui obrigado pelos resultados que tinha tido. Era a altura certa para entrar na Fórmula 1.

Como surgiu a oportunidade de dar o salto para a F1?
No fundo, foi através de contactos. O Domingos Piedade era quem me aconselhava. E ele era muito próximo do Ayrton Senna. Por isso, o Ayrton Senna, na altura, aconselhava-nos e dava algumas ideias de como poderíamos fazer as coisas. Mas foi durante pouco tempo, porque comecei em 1993, fiz os últimos quatro Grandes Prémios. O Zanardi teve um acidente e fui substituí-lo. Depois, no ano seguinte, continuei na Lotus, fiz os quatro primeiros Grandes Prémios, e foi quando houve aquele acidente em Imola em que perdemos dois pilotos, o Ayrton Senna e o Roland Ratzenberger. Portanto, perdi o meu apoio, aquela pessoa que tinha para nos ajudar na F1. Infelizmente, perdemos o grande Ayrton Senna e, passadas três semanas, tive um acidente também, em que fiquei parado durante seis meses. Quatro meses sem andar e dois meses a tentar voltar. Ainda consegui voltar e fui para a Minardi.

Com a morte de Ayrton Senna, para lá de a morte em si ser uma tragédia, fica a sensação de que acabou por prejudicá-lo em termos de carreira.
Sim, fico com essa sensação. É difícil saber exactamente o que iria usufruir do Ayrton Senna, até porque estaríamos a correr na mesma categoria e seríamos concorrentes. Por outro lado, o Ayrton Senna tinha um grande carinho por Portugal e pelos portugueses. Eu, sendo português, estava a ter uma ajuda e, no futuro, podia ser uma possibilidade ser mais apoiado. Mas o que foi grave para a minha carreira na F1 foi o acidente. Quando se está a começar e se tem um acidente tão grave, as equipas mais competitivas fecham-se. Tentei na mesma, mas só consegui ir para a Minardi, onde consegui o meu primeiro ponto.

Foi o primeiro português a pontuar na F1. Ainda se recorda do dia? Estava sol?
[Risos] Estava bom tempo. Foi na Austrália. Foi um ponto bastante importante para a equipa. Não foi tão gratificante para mim. Sempre olhei para as corridas e para o resultado final. O primeiro lugar é o que conta. Os outros lugares… O segundo é o primeiro dos últimos. Portanto, nunca olhei para esse ponto como uma vitória. Foi um marco na minha carreira. Fui o primeiro piloto português a pontuar e isso ajudou muito a equipa, que era pequena e, com aquele ponto, no ano seguinte iria usufruir de mais dinheiro. Foi uma grande festa para a equipa.

A nível pessoal foi menos intenso?
Foi interessante e uma festa grande, mas o que me marcou mais na F1 foi a entrada, que é, no fundo, a realização de um sonho, e, depois, esse ponto. De resto, andar na F1… Quando vamos para a corrida e já sabemos que temos um carro menos competitivo não é muito gratificante.

Sentia alguma injustiça?
Sim, mas, no desporto automóvel, grande parte do resultado está na máquina. Logicamente que o piloto contribui. O desempenho faz com que os pilotos tenham melhores ou piores carros e eu não consegui dar a volta ao assunto na F1. Não olho para a F1 como uma passagem muito positiva para a minha carreira.

Sempre soube que ia conseguir chegar à Fórmula 1?
Não, não. Achava que era um objectivo impossível de atingir. Achava que estava muito longe e aconteceu tudo muito rapidamente. Foi quase um choque quando me sentei pela primeira vez num F1. Não foi um trajecto pré-definido e que estivesse na minha mente chegar à F1. Era um sonho e havia uma vontade muito grande de lá chegar, mas não foi muito programado, foi mais pelos resultados que estavam a acontecer e aconteceram na minha carreira até então. Depois, foi a realização de um sonho que não consegui realizar na totalidade.

É esse o ponto alto da sua carreira? Ou são as dezenas de títulos noutras categorias?
O que marca mesmo é chegar à F1 na carreira de um piloto, mas, para mim, o mais importante foi vencer corridas de kart, Fórmula Ford, Fórmula 3 e Fórmula 3000. Depois de sair da F1, vencer corridas e campeonatos noutras categorias. A felicidade está nas vitórias e nos bons resultados. Estar noutras categorias e vencer corridas e campeonatos de velocidade tem sempre uma sensação única. Fui muito mais feliz noutras categorias.

Veremos mais portugueses na F1 em breve? Quem está a despontar?
Acho muito difícil, em breve, termos pilotos portugueses na F1. Não está previsto, porque as coisas estão cada vez mais difíceis. A F1 tem muito poucos pilotos e o mundo é grande. Há muitos países, há muitos interesses, e Portugal não tem a dimensão de outros países. Mas de um dia para o outro pode aparecer um novo piloto que em cinco ou dez anos faça uma carreira muito boa nos karts e nas Fórmulas e chegue à F1 por mérito próprio. As empresas portuguesas não ajudam muito. É mais difícil, terá de entrar por caminhos mais internacionais que possam não ter tanto interesse no nosso mercado, mas que acreditem no nosso piloto e que ele vá fazer a diferença. Sinto que a curto prazo será difícil.

É admirador de Lewis Hamilton, já o disse.
Sou. E do Max Verstappen também.

Mas considera Lewis Hamilton o melhor de todos os tempos?
É sempre difícil avaliar pilotos e compará-los com outros pilotos de outras épocas. O facto é que o Hamilton está a bater todos os recordes possíveis.

Isso deve-se à máquina ou ao piloto?
Uma coisa leva à outra. O melhor piloto, normalmente, está na melhor máquina. Pode ter tido alguma sorte momentaneamente para conseguir dar o salto e construir o potencial como piloto, porque estava com bons carros, mas transformou-se no piloto mais desejado de todas as equipas durante anos e anos. Noutra altura era o Senna, o Prost, o Lauda, etc. Os melhores pilotos, normalmente, estão nos melhores carros.

Desde que se estreou em 1993 na F1 até agora, as regras mudaram muito. Para melhor?
Sim, para melhor. Nos últimos anos, as equipas têm todas mais dinheiro, o que faz com que quem tem menos dinheiro consiga fazer coisas boas à mesma. Isso faz com que as equipas se aproximem mais umas das outras. Mesmo assim, a Mercedes tem dominado.

O que se passa com a Ferrari?
Não tem conseguido chegar lá. Há equipas que, com todo o dinheiro possível, não conseguem ter os resultados que desejariam. A Ferrari sempre teve muito dinheiro. Não é uma questão de budget. A última vez que a Ferrari foi líder foi com o Michael Schumacher, que levou uma grande equipa atrás.

Qual é a equipa que lhe puxa mais ao coração na F1?
A Ferrari é sempre a Ferrari. Qualquer piloto sonharia correr por essa equipa um dia. Mas quando se olha para as equipas, olha-se para o carro mais competitivo e, actualmente, temos a Mercedes e a Red Bull.

Que opinião tem sobre a forma como Verstappen venceu o último Mundial de F1?
Acho que contornaram um bocadinho as regras. Mesmo gostando do Hamilton, estava a torcer pelo Verstappen. Sou fã de todos os pilotos. Não tenho clube. O Verstappen teve uma época muito boa. Se olharmos para todo o campeonato, merecia mais ser campeão. O Hamilton foi muito inteligente em muitas corridas em que não tinha um carro tão competitivo e usufruiu da mais-valia de ter um Mercedes em muitas corridas. O show da última corrida foi intenso e óptimo para o público. O Hamilton foi prejudicado, mas isso são incidentes de corrida. Tinha de arriscar ficar em pista ou trocar de pneus. Se trocasse de pneus, ficaria atrás. Foi pela opção mais segura, com o Verstappen com pneus melhores. Relançarem a corrida naquele momento…

Foi eticamente reprovável?
Não tem a ver com ética, tem a ver com regulamentos. E o que o regulamento diz é que a corrida não poderia ter recomeçado tão rapidamente. Os carros que estavam atrás tinham de se juntar à grelha e os carros que estavam atrás deles, do Hamilton e do Verstappen, não passaram para se juntar à grelha. Se passassem todos não havia tempo, e acabar um campeonato do Mundo atrás do safety car também perdia a piada… É uma decisão difícil, tomada na hora. Por isso é que o director de corrida está com alguns problemas. Para o espectáculo e para a F1 foi bom. Até haver esta divisão de fãs entre Hamilton e Verstappen é engraçada.

Dá para perceber que continua a seguir a F1. Acompanha religiosamente?
Continuo. Mas não me importo de ver mais tarde. Vejo todos os Grandes Prémios e tudo o que se passa. Se houver boas ondas, vou fazer surf e vejo a F1 a seguir. Não preciso de ver em directo.

Agora lanço-lhe uma provocação: a F1 é um desporto de elite? Só quem é patrocinado pode lá chegar?
É, sem dúvida. Penso que já se perderam muitos Hamiltons por aí. Ele é de uma família de classe média de Inglaterra que fez milagres com um miúdo talentoso, com a eficácia do pai a levá-lo aos sítios certos. Pela diferença de velocidade quando se sentou nos primeiros anos nos karts fez com que um jovem sem grandes apoios chegasse onde chegou, a ser considerado dos melhores de todos os tempos, a bater quase todos os recordes. A maior parte dos pilotos que lá chegam ou têm muito dinheiro ou, de alguma forma, têm uma capacidade que é completamente diferente de darem uns toques na bola e serem descobertos por um olheiro num clubezeco…

A F1 é a categoria do automobilismo que mais despreza meritocracia? Não quer dizer que não seja preciso ser dos melhores mas, até como disse, nem todos os melhores conseguem lá chegar.
Os bastidores são muito importantes. Não basta fazer boas corridas. É preciso saber andar pelos caminhos certos e, mesmo assim, às vezes não chega. É possível, mas muito mais difícil que qualquer outro desporto. A máquina consegue disfarçar a qualidade do piloto. Dou um exemplo. Temos dois pilotos, um mais ou menos e um muito bom. Se o mais ou menos tiver um carro muito melhor, o piloto muito bom não tem hipótese nenhuma. É injusto nesse campo em que vai separar logo o muito bom, porque é mais lento e o outro é que foi campeão. O campeão ainda se pode formar, mas o outro já era melhor…

Alguma vez veremos um português campeão na F1, mesmo sabendo que não vê um português a chegar lá a curto prazo?
É possível um português chegar à F1. Difícil, mas é como nós jogarmos no Euromilhões. Se jogo no Euromilhões posso ganhar como quem ganha, porque estou em jogo. A partir desse momento, é possível. A probabilidade é pequena, mas é possível. Não digo que vamos garantidamente ter um campeão do mundo de F1, a probabilidade é menor.

Nos próximos 100 anos?
É possível. Não sei o que vai acontecer na F1 nos próximos 100 anos, mas é possível. Nós temos o Cristiano Ronaldo, o melhor jogador de futebol de todos os tempos. E quem diria que íamos ter?

Pode aparecer o CR7 do automobilismo?
Pode aparecer e tudo se conjugar para que consiga ser: ele querer lá chegar, trabalhar, ter alguém que invista ou ter posses para investir. Mas, às vezes, é mais difícil os pilotos com dinheiro de família dedicarem-se…

Onde está mais a paixão, em quem não precisa da F1, neste caso, para sobreviver, ou quem precisa e está disposto a fazer tudo?
É preciso haver muita dedicação. Há exemplos dos dois lados. É difícil dizer. O tudo ou nada é mais fácil de conseguir; por outro lado, é mais difícil ter a oportunidade, que deve ser única. Mas também se agarra mais. A probabilidade de ser um bom piloto é maior, penso eu.

Onde começou a sua paixão pelo automobilismo?
Mais do que a paixão pelo automobilismo, sou apaixonado pela competição, pelos motores, no fundo. Comecei a correr nas motas com seis anos. Passou a ser parte da minha vida. A paixão pelo automobilismo…

Qual era a mota?
Uma Indian, tipo PW, pequenina. Foi a minha primeira mota. Depois fui para os carros e as fórmulas. A paixão que tinha era pela competição, pelo vício de ganhar as corridas. Quando perdia, dizia que não era para mim. Tinha de ganhar. Procurava condições e possibilidades para vencer corridas. Foi o que fiz.

O que o levou a trocar a mota por carro?
O filho do meu mecânico teve um acidente e ficou paraplégico. Os meus pais é que decidiram. Como ia passar de categoria, tinha saltos mais altos, era mais perigoso.

Tem motas actualmente?Optei por não ter mota de estrada. Adoro andar de mota, em pista ou em todo o terreno. Andar na estrada,
nunca quis. Sei que me iria matar, no fundo. A vontade de acelerar numa mota… Só há uma coisa, acelerar. Um jovem dificilmente tem consciência dos perigos. O perigo não existe. Tudo pode acontecer.

E a chama ainda se mantém acesa? O que falta fazer e ganhar com um volante nas mãos?
Parei de correr em 2020. A decisão já estava tomada.

Como está a ser?
Muito difícil. É complicado. Comecei a correr profissionalmente aos 18 anos, quando fui para Inglaterra. Passado este tempo…

Foram 30 anos.
Desde que corro profissionalmente. Nas quatro rodas foram 35 anos. Com as motas, ainda é mais. Nunca tinha passado um ano sem uma corrida.

Isso aconteceu em 2021?
Foi o primeiro ano, sim, sem nenhuma corrida. Depois de um ano de ressaca…

Sentiu um vazio grande?
Foi uma sensação estranha. A pandemia facilitou, até desculpou… Mas não tem nada a ver.

Ainda é desafiado para correr?
Tenho sido, mas… Nunca consumi drogas, mas penso que seja a mesma coisa. Se uma pessoa está viciada, sabe que é bom, mas não pode continuar porque vai sofrer mais…

Foi por razões físicas que deixou?
Fisicamente, estava bem, mas a certa altura temos de parar. Aconteceu-me aos 48 anos. Há pilotos que não chegam tão longe a correr. Há outros mais velhos a correr, mas pagam para correr. Ser pago com a minha idade é muito raro.

Deixou de correr em 2020. E no todo-o-terreno, não se aventura?
Gosto de andar na terra. Fiz uma prova, as 24 Horas de Fronteira, que vencemos. Fiz várias vezes. Gostei de fazer.

Nunca foi desafiado para o Dakar?
Não. É difícil ser desafiado para um projecto quando se está fora da modalidade. Estou habituado a circuitos de velocidade e, de repente, vou para a terra? Isso é com os pilotos de rali… Dificilmente teria um convite. Teria de montar um projecto do zero.

O que faz actualmente?
Faço bastante surf. É o meu desporto preferido. No último ano tenho sido consultor da FIA. Dou a minha visão dos incidentes aos comissários de corrida. É isso que tenho feito. Também tenho alguns negócios de imobiliário. Há sempre qualquer coisa para fazer. Não há nada de muito intenso. Estou a tentar encontrar o que vou fazer a seguir. Parar de correr é uma transição complicada.

O surf relaciona-se de alguma forma com o automobilismo na sua cabeça? Mesmo sendo duas modalidades totalmente distintas, obviamente.
O surf, não. Nunca competi. Não faço bem surf. Sou um “paparuco”. [risos] Gosto de estar na água, de apanhar ondas. É a ligação com o mar, no fundo.

É mais para relaxar e descomprimir?
É um desporto minimamente exigente para continuar activo e é viciante. Quem faz surf está viciado. Há dias melhores ou piores, em que conseguimos fazer mais ou menos ondas. Sempre gostei muito de surf e, ultimamente, como tenho mais tempo, tenho feito.

Como é o Pedro Lamy longe do volante e fora das pistas?
É difícil as pessoas definirem-se a elas próprias. Às vezes, quem está à nossa volta define-nos melhor. Tento ser feliz e estar bem com os outros. Tento ser positivo e sincero, mesmo com quem não é assim tão próximo, para que possa dormir bem. Sinto isso.

Como é a relação com os filhos?
É muito má! Estou a brincar. [risos]

Eles também conduzem e correm, o bichinho passou?
Não. Quando eram mais pequeninos gostavam de outros desportos. De vez em quando ia aos karts com eles. Nunca me pediram muito e não os viciei numa modalidade em que sempre achei que seria difícil serem felizes e terem sucesso suficiente para continuarem no automobilismo como profissão. Não insisti muito e, hoje em dia, acho que, se calhar, foi a melhor opção. A probabilidade de terem sucesso era pequena, não pela capacidade deles, mas pela dificuldade de terem apoios e por toda a envolvência. Penso que fiz bem. Não estão muito ligados, mas gostam de seguir.

Tem alguma tradição com eles relacionada com as corridas?
Vemos as corridas de F1. Sempre estiveram próximos de mim nas corridas.

Se não fosse piloto, o que faria?
Não sei. Teria feito algo que não seria aquilo que gostaria de ter feito. Teria de me desenrascar de outra forma. Não faço ideia.

No fundo, é a pergunta a que está a tentar responder agora que deixou as corridas…
É um bocadinho diferente mas, no fundo, é. Não estou à procura do que seria a minha profissão. Quando terminei o 12.º fui para Inglaterra, não tentei tirar um curso. Se não fosse o caso, teria tentado estudar alguma coisa. Não sei se conseguiria tirar Engenharia Mecânica, mas era o que estava mais próximo. Mas não sei se teria sido um bom caminho para mim.

Não lhe vou dar nenhuma novidade: vai fazer 50 anos no dia 20 de Março. Tem algo planeado?
Não. Nem estou a pensar planear. Talvez esquecer que vou fazer 50 anos.

Pode ser surpreendido.
Não gosto de surpresas. Vai ser difícil alguém fazer isso. Posso é desaparecer se me fizerem uma coisa dessas. [risos]

Pergunta que pode gerar polémica: está vacinado?
Não. Sou contra. [risos]

Está a brincar outra vez…
[Risos] Há pessoas próximas de mim que são contra.

Tenta convencer essas pessoas a tomarem a vacina?
Ao início, ainda tentei falar, mas perdia tempo e a probabilidade de me chatear era grande. Passou a ser melhor não ter essa conversa.