“Hamster Clown”: fugir da gaiola em modo de sobrevivência

Um monólogo sem texto e uma personagem em constante transfiguração num universo retro-futurista mapeado pelo sonho. Com a sua nova criação, Ricardo Neves-Neves e Rui Paixão regressam, no São Luiz, em Lisboa, ao teatro físico, de movimento e plasticidade, em que a interpretação fica à responsabilidade do espectador.

De Confúcio retemos a velha máxima de que uma imagem vale mais que mil palavras. Em teatro, o exercício de desapego do texto torna-se complexo, sobretudo numa época em que as imagens dominam a nossa percepção do mundo, mas é também o que garante liberdade ao espectador, que se emancipa de uma determinada linha narrativa.

É a partir destas premissas que podemos situar “Hamster Clown”, a nova peça que junta o encenador Ricardo Neves-Neves e o performer e clown Rui Paixão, que sobe ao palco do Teatro São Luiz, em Lisboa, de 23 de Junho a 4 de Julho. Trata-se, afinal, de um monólogo sem texto, que marca um regresso ao teatro físico em estado puro, em que entramos no domínio do sonho e da fantasia, num universo retro-futurista, pontuado de referências à cultura pop.

Leia o artigo na íntegra na edição do NOVO nas bancas a 18 de Junho de 2021