O líder parlamentar do Chega afirmou hoje que, se o Governo excluir o PS das negociações do próximo Orçamento do Estado e mostrar disponibilidade para acolher propostas do Chega, o partido está disponível para permitir a sua viabilização.

Pedro Pinto disse, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, no final da reunião com o Governo, que, se o executivo disser que “não quer nada com o PS” e que quer chegar a um “acordo de viabilização do Orçamento do Estado” com o Chega, o Governo “poderá contar” com o partido.

“Neste cenário de ‘Não queremos nada com o PS, não queremos acolher as propostas do PS, queremos falar com o Chega e fazer uma solução de Governo e uma solução para aprovar este Orçamento’, cá estaremos para falar”, acrescentou.

O deputado do Chega disse que “houve uma tentativa dos três membros do Governo de dizer que não estão a negociar com o PS” e que é preciso o executivo vir clarificar sobre se estão ou não em negociações com os socialistas.

Para Pedro Pinto, esta posição não contradiz o que tem sido dito pelo presidente do partido sobre o próximo Orçamento do Estado, uma vez que, frisou, André Ventura “não fechou” totalmente a porta à aprovação do próximo Orçamento e tem ressalvado que o voto contra do Chega é “irrevogável se o acordo for com o PS”.

Esta terça-feira, em declarações aos jornalistas antes do arranque das jornadas parlamentares do partido, em Castelo Branco, o líder do Chega foi questionado se o voto contra a proposta orçamental é irrevogável e respondeu: “Com o entendimento entre o Governo e o PS? Eu diria que sim, é irrevogável”.

Pedro Pinto reiterou que “não há um recuo” por parte do partido em relação ao próximo ao Orçamento do Estado e relembrou a importância de temas como a valorização das forças de segurança e combate à corrupção para uma eventual negociação com o Governo.

Para o encontro de hoje, explicou Pedro Pinto, o partido não levou qualquer proposta para apresentar ao Governo, como havia sido feito no primeiro encontro de âmbito orçamental, uma vez que o partido “saiu das negociações” e vai reservar as suas medidas para o debate orçamental na Assembleia da República.

“Não nos furtamos ao debate, nunca o fizemos e os portugueses podem estar descansados que o Chega vai estar ali na primeira linha a apresentar as medidas do seu programa”, afirmou.