A Cidade Universitária de Lisboa recebeu este domingo de manhã perto de sete mil pessoas que decidiram votar de forma antecipada e em mobilidade para as eleições legislativas de dia 10.

Até às 12h00, tinham exercido o direito de voto 25% dos 26.792 eleitores inscritos no voto antecipado em mobilidade (VAM), segundo um balanço feito aos jornalistas pelo vereador da Câmara da Lisboa responsável por este ato eleitoral, Diogo Moura.

Inicialmente, a Câmara Municipal de Lisboa tinha preparado três locais para o VAM, mas acabou por abrir apenas um, na Cidade Universitária, porque as inscrições foram “significativamente abaixo das previsões”.

Na Cidade Universitária foram instaladas 107 secções de voto, distribuídas pela Aula Magna, Faculdade de Direito, Faculdade de Letras, Faculdade de Psicologia e Cantina Velha.

Pelas 10h00, já se verificava a presença de eleitores de todas as idades.

Uma das pessoas que decidiu aproveitar a oportunidade foi Pedro Santos, natural de Lisboa, que se manifestou “bastante entusiasmado” com a possibilidade de exercer o seu direito de voto antecipadamente.

“Para mim é sempre uma alegria votar. Quase parece uma celebração, dois fins de semana de voto. Não tenho nenhuma razão em especial. Só mesmo porque queria dar já o meu contributo e para a semana estou mais descansado”, explicou à agência Lusa, após votar na Universidade de Direito.

No mesmo edifício, exerceu também o direito de voto Jorge Santos, que explicou à Lusa que decidiu votar de forma antecipada porque no dia 10 estará deslocado da sua área de residência.

“Acho excelente, pois de outra forma não poderia votar”, apontou, elogiando todas as iniciativas que possam contribuir para diminuir a taxa de abstenção.

Na Faculdade de Letras votou Hernâni Rodrigues, para o círculo de Bragança, que se mostrou satisfeito pela oportunidade de votar de forma antecipada e pela rapidez com que exerceu o seu voto.

“É muito boa. Nesta situação em que as pessoas estão deslocadas das suas residências é a única forma que têm para poder votar”, sublinhou.

A ideia é partilhada por Luís Romão, votante pelo círculo de Setúbal, que acredita que a possibilidade de votar de forma antecipada e em mobilidade é benéfica para a democracia.

“Temos que combater, sobretudo, a falta de interesse na participação cívica e, por isso, vim votar hoje”, justificou.

Ainda com residência fiscal no Porto, mas a viver em Lisboa, Márcia Ferreira quis também aproveitar a oportunidade.

“Eu acho ótimo porque, efetivamente, dá flexibilidade às pessoas que não têm oportunidade de votar na data predefinida e evita deslocações desnecessárias no dia do voto”, sublinhou.

O número total de eleitores que pediu para votar hoje, 208.007, é inferior ao das legislativas de 2022 (315.785 inscritos), mas muito superior aos inscritos nas legislativas de 2019 (56.291).

O chamado voto em mobilidade permite aos eleitores votarem uma semana antes num concelho à sua escolha. Se não o fizerem, podem fazê-lo no dia das eleições, ou seja, no dia 10.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar na escolha de 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas – 15 partidos e três coligações.