O Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu em alta de 1,0 pontos percentuais a estimativa de crescimento da economia portuguesa este ano, face a 2022, para 2,2%, devido ao “desempenho robusto” do consumo privada e das exportações.
No ano passado, o produto interno bruto (PIB) português tinha crescido 6,7%, beneficiando da comparação com 2021, um exercício ainda marcado pelas condicionantes da pandemia de covid-19.
Na atualização das Perspetivas Económicas e Orçamentais 2023-2027, divulgada esta quinta-feira, 21 de setembro, o CFP prevê um abrandamento de 0,6 pontos percentuais do ritmo de expansão do PIB no próximo ano, “em resultado da redução quer no contributo da procura interna, quer no contributo das exportações líquidas”.
“No médio prazo, em políticas invariantes, [o ritmo de evolução da economia portuguesa] deverá convergir para valores em torno de 2,0% a beneficiar da estabilização do contributo da procura interna e da manutenção de um contributo marginalmente negativo das exportações líquidas”, refere o documento, mas assinala que este passo só será atingido em 2027.
No Orçamento do Estado para 2023, o Governo previa um crescimento do PIB de 1,3%, um défice de 0,9% e uma redução da dívida de 4,2 pontos percentuais.
No documento do CFP, para o mercado de trabalho, é referida uma revisão em alta de 1,0 pontos percentuais das perspetivas para a criação de emprego em 2023 para 1,2%, “enquanto a taxa de desemprego deverá manter-se inalterada em 6,4% da população ativa”.
“Nos anos seguintes, o ritmo de criação de emprego deverá aproximar-se de uma taxa nula, enquanto a taxa de desemprego deverá diminuir gradualmente até 6,0%, refletindo as dinâmicas demográficas”, acrescenta.
A entidade liderada por Nazaré Costa Cabral aponta que a atualização das projeções para a evolução da economia “encontra-se ainda condicionada, no curto prazo, por um enquadramento externo de elevada incerteza, associada à persistência do conflito militar que opõe a Rússia e a Ucrânia, à debilidade das perspetivas económicas para os principais parceiros da economia portuguesa e por uma política monetária restritiva em resultado da subsistência de pressões inflacionistas”.