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AUTOR

Especialista em política norte-americana

Início turbulento de Trump

Após ultrapassar as dificuldades no processo de confirmação no Senado, a administração Trump enfrentará um panorama repleto de desafios, agravados pelo radicalismo das suas propostas. Apesar da momentânea desorganização do Partido Democrata, que enfrenta divisões internas após a derrota de Kamala Harris, a história sugere-nos que a oposição ao trumpismo se reorganizará rapidamente, posicionando-se para as eleições intercalares de 2026. Trump terá dois anos para concretizar as suas promessas transformadoras.

Trump MAGA Show

As escolhas efetuadas não deixam margem para dúvidas: Trump não valoriza currículos nem se preocupa com a opinião dos media tradicionais – procura apenas aliados fiéis que não questionem as suas decisões e, de preferência, que o auxiliem a desmantelar o que ele e os seus apoiantes designam por Deep State.

Trump venceu categoricamente

Donald Trump surpreendeu mais uma vez o mundo, vencendo pela primeira vez o voto popular e derrotando o establishment político de Washington. Reforçado com maiorias no Senado, na Câmara dos Representantes, com uma super-maioria no Supremo Tribunal e com uma equipa mais experiente e sobretudo fiel do que na sua primeira administração, Trump poderá finalmente implementar aquilo que defende para a América.

Indecisão até ao fim

Atribuir favoritismo claro a qualquer dos lados parece ser uma mera expressão de desejo. A campanha termina com probabilidades praticamente iguais para ambos e, salvo algum fenómeno não captado pelas sondagens, a vitória decidir-se-á por uns poucos milhares de votos nos sete célebres swing states.

As celebridades fazem mesmo a diferença?

Historicamente, ambos os partidos recorreram a celebridades nas suas campanhas, sendo que os democratas têm explorado mais esse recurso, devido à preponderância de simpatias democratas nesse meio. A questão, no entanto, permanece: terão estes apoios impacto real no resultado eleitoral? A história regista alguns casos em que sim, embora esses não sejam assim tão comuns e altamente dependentes do contexto.

Donald Trump pode mesmo vencer

Do ponto de vista europeu, e em particular do português, parece incompreensível que Donald Trump – um candidato frequentemente qualificado como arrogante, desonesto, incoerente e, por vezes, bizarro – esteja tão próximo de um regresso à Casa Branca. Isto torna-se ainda mais intrigante considerando que a esmagadora maioria dos membros da sua administração entre 2016 e 2020 o rejeita, utilizando epítetos como “inapto”, “perigoso para a democracia”, “ameaça à nação”, “instável” ou “ignorante” para descrever a sua atuação.

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