O presidente do parlamento assinalou esta segunda-feira o Dia da Assembleia da República com uma receção a alunos de uma escola com mais de 40 nacionalidades e apelou ao empenhamento de todos para a integração dos imigrantes.

José Pedro Aguiar-Branco recebeu com honras militares os alunos da Escola Seomara da Costa Primo, do concelho da Amadora, e acompanhou-os depois numa visita pela Assembleia da República, desde os Passos Perdidos até à Sala do Senado, com uma passagem também pela Sala de Sessões.

Na Sala do Senado, o presidente da Assembleia da República fez então uma breve intervenção sobre os princípios do regime democrático, salientando a importância do pluralismo e da liberdade, mas também o caráter fundamentar da participação dos cidadãos.

“Esta é a casa da democracia. Significa que é a casa de todos nós, de todos. Esta é a vossa casa”, acentuou o presidente da Assembleia da República.

Na sua breve intervenção, José Pedro Aguiar-Branco também explicou a ação dos deputados ao nível legislativo, principalmente por via do trabalho em sede de comissões, e procurou igualmente transmitir a ideia de que o parlamento não é só confronto, mas também diálogo político. “É mais fácil fazermos ruturas do que consensos”, observou, antes de deixar a mensagem sobre “o quanto é fundamental ouvirmos e respeitarmos as ideias dos outros”.

A escutá-lo estavam alguns dos jovens do agrupamento da Amadora, que tem 850 alunos estrangeiros, cerca de 34% do total, em que os brasileiros são maioria e em que se regista um crescimento recente de estudantes provenientes do Afeganistão, Índia Paquistão, Bangladesh, Nepal ou Ucrânia, muitos dos quais não falam português, o que coloca problemas complexos ao nível da aprendizagem.

Não bastam “proclamações virtuosas” sobre as políticas de imigração

Perante os jornalistas, após a sua breve aula, José Pedro Aguiar-Branco assinalou o dado político de que ”se fala muito – e bem – dos problemas da imigração, embora sejam também muito importantes as questões da integração”.

“Esta é uma escola que está a ter sucesso na dimensão da integração. Penso que é essencial demonstrarmos, aqui de uma forma simbólica, que passa por estas práticas a construção de uma sociedade melhor”, sustentou.

O presidente da Assembleia da República referiu depois que não bastam “proclamações virtuosas a propósito das políticas de imigração, deixando mais à margem as políticas de integração”.

“Por exemplo, em Lisboa, vemos pessoas sem um teto para dormir, sem vida digna. A resposta cabe às instituições, mas também a cada um de nós. Devemos trabalhar no dia-a-dia para que a integração seja um sucesso. Quando dizemos que somos humanistas, que respeitamos as pessoas, essas afirmações são testadas no dia-a-dia. No Dia da Assembleia da República, hoje, quis mostrar que não passamos ao lado desta questão”, declarou.