As finanças públicas e o défice crescente de França deixam o país “perigosamente exposto” no caso de ocorrer um novo choque macroeconómico, afirma o auditor nacional esta segunda-feira, reforçando que a segunda maior economia da zona euro precisa de reduzir o défice.

“Devido aos atrasos na realização de reformas estruturais, o custo da dívida pública, que tem sido exacerbado por défices recorrentes e pelo peso destes défices, tornou-se cada vez mais  elevado”, afirmou o Cour des Comptes, o auditor público francês.

Isto, acrescentou a mesma entidade, “limitou outras despesas, limita a capacidade de fazer investimentos e deixa o país perigosamente exposto no caso de um novo choque macroeconómico”.

O auditor nacional referiu ainda que os programas de financiamento público de França não consideram os custos relacionados com políticas para proteger o ambiente, nomeadamente para reforçar a utilização de energia renovável, segundo a “Reuters”.

No mês passado, a Comissão Europeia propôs a abertura de procedimentos por défice excessivo contra sete países, incluindo França, pelo facto de o défice das administrações públicas ter registado valores acima dos 3% do produto interno bruto (PIB), o teto estipulado pela União Europeia.
França registou um défice de 5,5% do PIB em 2023, acima de 4% em 2022. Já o rácio de dívida pública em função do PIB estava nos 110,6% e a Comissão Europeia prevê que aumente para 112,4% este ano e para 113,8% em 2025, embora o limite imposto pelas autoridades europeias seja de 60%.